terça-feira, 17 de maio de 2011

... e um pouco de estórias!

Em 1972 Roberto Campadello artista plástico italiano tem um insight junto a um amigo dono de uma fábrica de vidros e inventam um espelho especial. Quando Campadello e seu amigo carregavam juntos um dos espelhos perceberam que seus rostos se fundiam, formando um único rosto. Roberto então faz um projeto para a 12ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo, em 1973. O projeto chamava-se Casa Dourada, devido à cor do espelho. 


A Casa Dourada era um octógono formado por espelhos especiais, onde os visitantes da Bienal se veriam misturados uns aos outros e misturado uns nas misturas dos outros. O projeto foi aprovado nas Bienais de 1973, 1975 e 1977. Durante o evento Roberto ficava dentro da Casa distribuindo velas e conduzindo os visitantes às experiências sensoriais causadas pelos espelhos. Foi nesse ínterim que nasceu o “Persona”. 


Durante a Bienal de 1973, Roberto conhece uma visitante, Carmem Flores, se apaixonam e casam-se na Casa Dourada. Nove meses depois nasce a primeira filha do casal, Amanda Flores Campadello. No ano de 1974, Roberto e Carmem abrem o Bar Persona, na Rua 13 de Maio, Bixiga, em São Paulo, onde haviam alguns espelhos para entreterimento dos clientes. Em 1975 é apresentado na 13ª Bienal de Artes de São Paulo o Jogo Persona. Foi usado o mesmo espelho especial, mas dessa vez apenas duas pessoas jogavam por vez, interagindo uma com a outra.  


Em 1976 nasce o segundo filho do casal, Daniel Flores Campadello. Nessa época o Bar Persona já era um sucesso, freqüentado por artistas e intelectuais da época. Roberto, junto com a banda que acompanha Rita Lee, compõe e grava um LP com músicas para jogar o Persona. Em 1977 é apresentado ao público mais uma instalação sensorial formada por espelhos especiais na 14ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo.
    
Na segunda metade da década de 80, Daniel Campadello começa a fotografar os clientes do bar jogando o Persona e desenvolve uma técnica fotográfica para capturar as imagens. Nessa mesma época, Roberto recebe a proposta da Grow (fabricante de brinquedos) para produzir o Jogo Persona em larga escala. Roberto vai aos Estados Unidos e começa-se a comercializar o “Jogo Persona”. O Jogo era composto por um espelho Persona, um par de velas e castiçal e um disco Persona – com as músicas para jogar. Não chegando a um acordo satisfatório com a empresa, Roberto pára a produção do Jogo e retorna ao Brasil. Foram produzidos e comercializados cerca de mil Jogos nessa época. Hoje o Jogo e o Disco são tidos como relíquias – o disco Persona é o terceiro disco mais raro do mundo.


Em meados da década de 90, o Bar Persona fecha e Roberto abre um ateliê/estúdio na Rua Augusta, em São Paulo. Daniel, com a técnica de fotografar o Jogo Persona já bem desenvolvida, começa a levar o Persona a eventos, festas, e fazer exposições pelo Brasil. Em 1999, Roberto muda seu ateliê/estúdio para perto da sua casa no Brooklin em São Paulo. Em 2001, seu filho Daniel abre um estúdio de fotografia Persona em Visconde de Mauá, Rio de Janeiro. No ano de 2005, Roberto junto com sua equipe de fotógrafos inauguram o primeiro quiosque fixo Persona no Shopping Frei Caneca, em São Paulo. Durante uma viagem pelo Norte do Brasil, Daniel Campadello conhece o fotógrafo Tiago Barnabé, e, juntos, iniciam um trabalho de parceria com o “Persona”.

Após uma temporada em São Paulo e em Visconde de Mauá-RJ com Roberto e Daniel, Barnabé se muda para Belo Horizonte, onde é formada a “Equipe Persona-BH”. A Equipe desenvolve trabalhos levando o estúdio “Persona” em feiras, como a Hot Fair e Mega Gestante e Bebê, ambas no Rio de Janeiro, bares e locais de atividades artisticas e culturais, bem como em eventos particulares em Belo Horizonte.


Atualmente o Estúdio Person funciona em parceria com o Bar Cultural Nelson Bordello, situado na Rua Aarão Reis, 554, Centro de BH, desenvolvendo trabalhos fotográficos “Persona” junto aos clientes e frequentadores do Bar. A equipe é formada pelos fotógrafos Barnabé, Diogo Netto, Lidia Melo, Nathália Jacarandá, Renan Bolcont e Thatá Campos e Vânia Figueiredo.

*Obs: Sabe-se que nos anos 80 Roberto Campadello trouxe um espelho para Belo Horizonte, que ficava na Livraria Líber, no qual os visitantes passavam de um lado e do outro com velas, como forma de brincar dentro do estabelecimento.